Diálogos internos sobre ética, moral e seus efeitos psicológicos e emocionais.

Antes de tudo, vale lembrar de que a ética e a moral, longe de serem estáticas, são entidades vivas que evoluem com o tempo. Elas refletem as mudanças e adaptações da sociedade, demonstrando sua natureza dinâmica e inerentemente orgânica.

Em todos os momentos de nossa vida, vivemos numa espécie de teatro interno, onde uma dança constante é executada. Por exemplo, no meu caso, há um burburinho, um sussurro persistente que ecoa. Essa voz é composta por dois cantores poderosos: a moral e a ética. Mas, o que esses dois conceitos realmente significam em nossas vidas?

Desde o momento em que nascemos, somos imersos em um mundo repleto de regras e normas. A moral, originária do latim “mores”, é a régua que a sociedade usa para medir nosso comportamento. São as leis não escritas que todos nós, consciente ou inconscientemente, concordamos em seguir. Mas, além desse código visível, há um mais profundo, uma força que reside dentro de cada um de nós. Essa força é a ética, derivada do grego “éthos”. Ela reflete nosso modo individual e intrínseco de ser, independentemente do que o mundo exterior possa pensar ou ditar.

Cada decisão que tomamos, cada caminho que escolhemos seguir, é influenciado por essas duas entidades. Quantas vezes me encontrei parado em uma encruzilhada da vida, ponderando qual caminho escolher? De um lado, a moral me puxando para a direção que a sociedade espera. Do outro, a ética, puxando-me para o caminho que minha alma sabe ser o verdadeiro.

Ao olhar para trás, na conturbada história humana, vejo que a moral é um conceito fluido. Culturas nascem, evoluem e desaparecem, e com elas, suas morais. Os padrões de ontem podem não ser os padrões de hoje, e o que é aceitável agora pode ser tabu amanhã. Mas, e a ética? Embora também sujeita a evolução, ela tem raízes mais profundas. A ética liga-se aos valores universais, àqueles princípios que, independentemente de tempo ou lugar, são intrinsecamente verdadeiros.

Nessa dança contínua entre o que é esperado e o que é sentido, sinto um turbilhão de emoções. Dúvida, ansiedade, medo e esperança. A pressão para se conformar, para se encaixar, muitas vezes é opressiva. Mas, a necessidade de ser verdadeiro, de ser fiel a mim mesmo, é uma chama que nunca se apaga.

Nessa busca por equilíbrio, surge uma resiliência que antes não sabia que possuía. Uma força que me empurra para frente, para continuar buscando e explorando. Em meio à tempestade, encontram-se momentos de clareza, momentos em que o caminho se torna claro, e a dança entre ética e moral torna-se harmoniosa.

A vida, em sua essência, é uma série de escolhas. Cada uma delas, uma nota na música que compõe nossa existência. E à medida que avanço, reconheço que, no final das contas, a verdadeira questão não é qual escolha é a “certa”, mas sim, estar em paz com as escolhas que faço. Porque, no final, é essa interação entre ética e moral que nos define, que nos torna únicos, que nos torna humanos.

Então, à medida que continuo nesta dança, convido você, querido(a) leitor(a), a se juntar a mim. A se perguntar, a refletir, a escolher e, acima de tudo, a dançar.

Publicado por jony1818

Sou storyteller, psicodramatista e triatleta

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